Niente è assurdo. Altrimenti, il cielo sarebbe in basso
E la terra in alto, l’acqua scorrerebbe all’interno
E il vento attaccherebbe le foglie autunnali. Ho creduto
In questo: perché niente è assurdo. Nè il fuoco
Rinfresca i corpi nè il freddo li rianima; e
I corvi sono neri. Il sole appartiene al giorno
E la luna appartiene alla notte, il mare fluisce e rifluisce
E la pianura è quieta. I grandi spazi
Sono silenti; tuttavia ci sono voci
Nelle sale da pranzo e mormorii nelle camere;
i gatti miagolano e i cani latrano, e nel grande
deserto, al tramonto, passano le carovane.
(Tratto da N. Judice, A condescendencia do ser, Quetzal, 1988 – Traduzione mia)
CREDO
Nada é absurdo. Senão, o céu estaria em baixo
e a terra em cima, a água correria para dentro
e o vento seguraria as folhas outonais. Acreditai
por isso: porque não é absurdo. Nem o fogo
arrefece os corpos nem o frio os anima; e
os corvos são pretos. O sol pertence ao dia
como a lua à noite, o mar flui e reflui
e a planície está quieta. Os grandes espaços
estão em silêncio; no entanto há vozes
no interior das salas e murmúrios nos quartos;
os gatos miam e os cães ladram; e no grande
deserto, ao fim da tarde, as caravanas passam.